terça-feira, 1 de setembro de 2015


  Casa-concha para os do signo de caranguejo


No tocante à abarcadora Astrologia, sou apenas uma observadora curiosa. Sem  precisamente me imiscuir nos ditames de tal ciência, acredito muito na fundamentalidade de suas bases. E tenho percebido vida afora a sua consistência, a sua aplicabilidade aos humanos. E uma certa característica vem se tornando cada vez mais minha marca. Veja...

Começo por clarificar esse meu pensamento: digo isso porque constatei – por mim mesma e em ponderações sensatas – que os astros realmente interferem em aspectos da vida na Terra. Ora, quem não sabe que as fases da Lua influenciam marés, plantações e cortes de cabelo? Sim, isso é científico. Não há como refutar. Então, estimulei o meu pensamento: assim como o mar, o solo e os cabelos das pessoas sofrem influências astrais, muito provável será que demais corpos/seres da Terra possam passar pelo mesmo. Correto? Corretíssimo, plausibilíssimo!
Observe, a respeito, se aquele nativo de Câncer que você conheceu não era extremamente manipulador (ah, mas também era tão amoroso!)... Sim, cancerianos ou nativos do signo de Caranguejo (melhor chamar assim; questão de Neurolinguística) são espertos a ponto de orquestrarem quase tudo ao seu redor, mas também alguns dos mais afáveis elementos do Zodíaco: adoráveis – doces, ternos, meigos e derretidos, mais que manteiga ao fogo...

Bem... Você deve estar pensando que é este o meu signo solar, e que por isso o venho elogiando nas últimas linhas. Nada disso. Beem, não é exatamente isso: é apenas um pouco isso! Na verdade, meu signo solar é Peixes (e sou muito pisciana!). Mas é verdade também que o meu signo ascendente pertence à categoria dos caranguejinhos – entes que, muitas vezes, se guardam numa concha, se colocam para dentro – e, nessa tendência – acabam se tornando habitantes reclusos dos próprios espaços. Falei corretamente, caros astrólogos de plantão?...


O ponto exato desta crônica, a propósito, é falar dessa tal peculiaridade que o caranguejinho do zodíaco tem de ser ensimesmado... Isso mesmo: essa mania que ele possui de gostar muito de (con)viver consigo próprio! Então, meu leitor, talvez você já esteja ponderando se eu, tendo apenas o meu ascendente em tal classificação zodiacal, seria assim também. Respondo: sou! Adoro conviver comigo mesma, tenho grande prazer na minha própria companhia e priorizo meus gostos e ideais! ;) Nunca achei difíceis os tais ditos e propalados momentos solitários. Muito pelo contrário: preciso até garantir aquela conversa comigo mesma – no espaço recluso de meus pensamentos e intenções. E atos: adoro ir ao cinema sozinha e gosto de flanar pela cidade acompanhada de mim mesma! Isso não significa, claro, que eu não goste de estar com as pessoas... Quem não aprecia companhias doces, agradáveis, inteligentes, propiciadoras?... Claro que gosto! Quando é possível encontrar alguém assim, nada melhor, não é? (Quem não preferiria?). Apenas quero dizer que também tenho a necessidade de estar sozinha ocasionalmente e que, por isso, a solidão programada não é difícil para mim, como o é para muita gente.

Voltando, oportunamente, ao meu signo solar facilitador, sinalizemos, então, outro ponto: o fato – alegado por quem entende (uma corrente de astrólogos) – de as pessoas, depois dos 30 anos, passarem a polarizar mais o seu signo ascendente. Tal afirmação pressupõe que o signo solar passe a valer menos, então. Assim é que o pisciano será um pouco menos pisciano a partir da terceira década... E, se a sua ascendência zodiacal for a de um caranguejo, ele possuirá mais fortemente características desse signo. Por isso é que, sem qualquer possibilidade de engano, ao longo do tempo tenho observado como preservo cada vez mais (reitero) meu espaço próprio, meus recônditos, minha casa! Embora a minha Lua seja fervilhantemente em Leão – que gosta de festa, palco, microfone, holofotes e gente reunida –, o tal caranguejo anterior que me deu a conjuntura celestial do nascimento, muito particularmente, faz de mim uma habitué dos espaços domésticos – uma vivente internalizada do meu próprio escritório, uma frequentadora permanente do meu próprio quarto, uma visita presente em minha sala!... E, não imaginam leitores e amigos, quão grande é a força que, algumas vezes, preciso fazer para sair por aí, a fim de cumprir obrigações profissionais rotineiras ou para as necessárias (re)socializações da coexistência!

Para a diversão doméstica em si, confesso, meus livros (quer em páginas celulósicas, quer em laudas eletrônicas no iPad), o LED doméstico, o DVD (não adotei o blu-ray), as temporadas completas de séries tipo box, o Netflix e o arsenal de computadores daqui de casa já me fazem bastante bem! Não fosse o apego que tenho por restaurantes e espaços gastronômico-culturais afins, bem mais difícil ainda seria arrancar-me dessas ostras domésticas entranhadas no assoalho do meu apartamento! Grosso modo, renovo a afirmação consciente: quanto mais passa o tempo, mais eu gosto de internalizar-me e de casa: minha casa, as casas de ontem, as minhas casas de hoje, as moradias da minha vida, os meus espaços de reportação e reabastecimento... E você, se caranguejo, é também um ser caseiro? Sua casa também é seu grande arsenal?... 




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