Mentalidade de gourmand
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Assim, um bom gourmant sempre tem um cabedal próprio de preferências e um planejamento que lhe permita, no mínimo, desfrutar dos prazeres da mesa (quase momescamente) em determinados períodos. Há, claro, os que se entregam às delícias da culinária italiana (e brasileira e francesa e portuguesa e árabe e...) o tempo inteiro. Variando de perfil para perfil, uma coisa comum entre todos é aquela lista de restaurantes prediletos, que eles precisam visitar frequentemente e ainda levar os amigos. Se há uma coisa fraterna que um gourmant gosta de fazer é partilhar a própria comida ou o próprio restaurante! Assim, será fácil você reconhecer um amigo gourmant : é simplesmente aquele que gosta de lhe ofertar mimos comestíveis, recebê-lo para jantares, dividir as trufas que tem a tiracolo ou apresentar-lhe restaurantes. É batata! (humm... a coisa é grave: a revelação se dá até pelas expressões vocabulares)...
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Independentemente da última confirmação grafológica, todos sabem que sou uma convencional gourmant. Minha listinha de preferências alimentares é extensa e bem-provida, meu apetite é pouco saciável e a sagração de uma boa amizade, para mim, passa sempre pelas afinidades dos hábitos de mesa. Bons amigos dessa categoria visitam-se, levam-se mutuamente para jantar e se interoferecem comidinhas especiais. Eu sempre brinco a respeito dizendo: Agora está oficializada a nossa amizade: Fulano (a) preparou um prato para mim (quando é o caso de o gourmant ser também mestre-cuca, o que não é exatamente genérico, pois os gulosos originais preferem sempre apreciar a fazer, claro)... De minha parte, mesmo, é assim: eu compro e ofereço especialidades deliciosas, mas não sei preparar nenhuma. Mas ofereço de coração e me sinto muito feliz, mesmo, quando proporciono a um amigo querido o prato especial ou o endereço do melhor restaurante!
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Outra das minhas excentricidades de gourmant é sentir o cheirinho de determinada iguaria!... Hummmm! Sou dos que acham que o olfato e a visão contribuem bastante para a plenitude do paladar. Assim se dá comigo ao ver o garçom derramando sobre a minha taça de profiteroles aquele chocolate quentinho e cheiroso, reformando os bules de vez em quando. Se não reformar os bules... ah, eu reclamo! (risos)... Quanto ao cheiro, é quase envergonhável confessar, mas vou fazê-lo, e justamente a uma lauda – ou seja, confissão por escrito! Desenvolvi, certa vez, uma mania estranhíssima... Eu morava, na ocasião, num condomínio que eu considerava meio triste, mas que tinha uma característica-benesse fantástica: uma padaria providíssima dos melhores quitutes que você possa imaginar, meu leitor... Como diriam os literatos antigos, “coisa finíssima, de primeira”. Olha, eram fileiras de canapés enfeitados, sanduíches fartos e salgados coloridos de tão bem guarnecidos, bolos de todos os sabores e recheios (parecia a congregação das festas de aniversário; exposição permanente de variedades de brunch ), doces e docinhos repletos de coberturas e cremes e frutas decorativas.. hummm... guloseimas a se desmancharem literalmente na boca de gulosos e contidos... A vitrine alimentar daquela padaria era tal que até os não aficionados por comida se deslumbravam com as suas ofertas aos olhos! Até quem não liga para comer (sim, isso existe!), lá se entregava a uma leve feição de glutão. Posso afirmar, com certeza, que aquela padaria me prendeu por lá, ainda que o contexto geral do lugar não fosse alegre ou movimentado.
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Dando continuidade, pois, à narração pretendida: certa vez, eu estava em período vigente da famigerada “dieta da sopa” e comecei a desenvolver um hábito que parecia não de gourmant , mas de louco, talvez (risos meio envergonhados)... Era o seguinte: já que eu não podia comer, temporariamente, aquelas maravilhas todas, eu ia até lá, comprava os “elementos de mesa” costumeiros lá em casa. E , ao chegar ao meu apartamento, antes de os depositar sobre a mesa de lanche ou guardá-los na geladeira, eu simplesmente os aproximava de minha sensibilidade olfativa... humm.. e sentia aquele cheirinho, salgado ou doce, que informava ao meu cérebro resquícios da sensação do prazer gustativo que tanto me apetece!... Juro, meu leitor, que não intenciono aqui fazer “literatura sinestésica”, mas aquelas mensagens olfativas pareciam até vir acompanhadas de temperatura: eu não só sentia o “cheirinho” do meu salgado predileto ou da minha palha italiana, como também podia misturar na minha percepção a mescla de “saboroso e quentinho” que aquela guloseima parecia ter, e não era pelo tato, mesmo porque, quando no prato (ou seja, sem o contato das mãos), eu podia dizer exatamente o quão cheiroso, gostoso e quentinho estava aquele bolo macio, com recheio de leite condensado com abacaxi e cobertura de chocolate derretido!... Huuummmmmm!!!!...
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5 comentários:
Huuummmm!!!!!!!!! Vou correndo até a cozinha... Pq não tem padaria aberta a essa hora!... Q peninha!! rs Você aguçou a minha mentalidade de gourmant!!!
Sayonara, isso é que é texto de dar água na boca! Que descrições e relatos!! rsrsrsrs
Aiaiai... assim acabo de vez com o meu regime!!!!!!!!!! RSRSRSRS
Fiquei com vontade de conhecer essa padaria...hehe
Adorei, quem me dera que eu tivese esse seu altruismo de dar coisas que eu gosto para minha filha comer e eu ficr olhando. Eu como tanto quanto ela ou mais. E ela me vigia... que vergonha, mas estou confessando aqui na sua lauda eletronica para acompanhar as suas confi~~oes. Ainda nao achei a tal frase "psi", mas tb ainda nao aprendi a andar direito pelas esquinas desse blog. Nao sei mais onde foi que eu li. Acharei. Bom domingo menina rosa shocking! Bjos, Cam
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