segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Pelo Dia Nacional da Consciência Negra
                

                O Ouro do Capitão -
           A Literatura cumprindo a sua função social



Fanpage do livro: 
http://zip.net/bhsqdG



Os milênios da história do homem não foram suficientes pra que as sociedades se aprimorassem, plenamente, em sentimentos e práticas. E é aí que a arte pode contribuir para a causa: cabe à literatura – e às diversas formas de mídia – a missão de, nas raias da ficção, abordar temas que sejam de relevância para as pessoas e a sociedade.

O romance O Ouro do Capitão (Lisboa: Chiado Editora, 2015) é uma obra atemporal que procura, igualmente, falar a linguagem dos nossos tempos, na medida em que aborda duas questões pungentes no âmago da sociedade brasileira: a consciência negra como forte marca identitária nacional e a questão do feminino – a importância de um feminismo construtivo e necessário. Afinal, que Brasil seríamos sem a contribuição extraordinária da cultura africana ou sem a jornada firme e propiciadora da mulher? De fato, neste romance se trabalham, preponderantemente, o respeito étnico e a valorização cultural – na narrativa instigante de uma linhagem de mulheres que não temem o desconhecido, a chibata, a solidão ou a guerra!

O livro O OURO DO CAPITÃO está sendo precursor nisso: oferece ao leitor um viés literário que – mais do que campanhas na Internet que surgem e se vão como chuvas de verão – se configura numa defesa permanente das necessidades de grupos com histórico de opressão. Ora, este romance – além da função do entretenimento da viagem literária (com fortes elementos dramatúrgicos) – cumpre a obrigação suprema de uma obra da Literatura: a função de ampliar a visão social. Porque uma história boa e bem-contada tem o poder de chamar as pessoas ao sentimento – e a palavra eterniza!

Ancorados, pois, em reais experiências humanas, buscando sempre a elevação da consciência no homem e nas sociedades, precisamos mesmo falar, alardear, clamar por um pensamento social clarificador e uma consequente atitude de dignidade e respeito.

No Dia Nacional da Consciência Negra, eu convido meus leitores – e a todos aqueles que desejam ser partícipes de um processo de evolução do pensamento humano e de harmonia sociocultural – para conhecerem e lerem O Ouro do Capitão. Peço que me ajudem a empunhar as bandeiras de defesa do respeito étnico e da cultura negra.

E é importante assinalar: esta história de cinco gerações de mulheres africanas – além de permitir um passeio pela seara histórica do café no Brasil – acentua a voz consciente de um feminino que não conhece gênero, pois defende aquilo que é justo, igual e uno: a natureza humana.

Você pode adquirir o livro aqui:

PELO SITE DA LIVRARIA CULTURA:

http://www.livrariacultura.com.br/p/o-ouro-do-capitao-46283698


Pelo site da editora:


Para quem está em Portugal e Ilhas, o livro pode ser adquirido pela Bertrand Livreiros:


sexta-feira, 29 de setembro de 2017





Perfumes de Paris: a  proposta de uma história de amor bem-contada, no coração da Paris da Belle Époque

Por Sayonara Salvioli



O crítico literário Harold Bloom já disse que – embora todas as paixões humanas já tenham sido contadas, o diferencial está na forma com que essas histórias são narradas. De minha parte, acrescento: sempre haverá lugar para uma história de amor bem-contada!


Com esse enfoque surgiu a trama de Perfumes de Paris, que é um enredo amoroso em suas bases mais genuínas – uma história de amor entre humanos, tal como existem desde o início dos tempos. O amor pelo amor, vivido por pessoas comuns – que se apaixonam sem maiores justificativas. Não porque o objeto amado estivesse fora de esferas convencionais; não porque os dois tenham detectado uma sincronicidade de almas gêmeas. Nada disso: sem explicações palpáveis, sem um motivo racional.


Afinal, vivemos na atualidade um momento mundial em que é preciso resgatar as coisas plenas; necessitamos acreditar no que é verdadeiro, num sentimento que se instala naturalmente. Assim é que chega ao leitor de hoje um casal de protagonistas de outros tempos, mas com a mesma tônica da vida, um approach real que não conhece época: um sentimento de grande impacto. Charlotte e Pierre são uma mulher e um homem que se amam e ponto. E, por isso, são capazes das maiores atitudes! Por quê? Como isso se justifica? A própria narradora responde: Terá o amor explicação? Surge ele como verdade absoluta ou como fórmula de perfeita equação? Não! O amor, esse sentir que não se vê, não tem data nem nascedouro, não precisa ter metais nem casa nem respostas. O amor é um espectro do universo, provavelmente o mais poderoso deles: aquela espécie de entidade que tem o poder da plenitude e da tragédia, da caldeira e da geleira, da paz e da guerra. Não se explica o amor como não se pode entender o mistério do Cosmo, o leite materno, a respiração e o êxtase! O amor é quase um deus e só não impera absoluto porque o tempo rivaliza com ele.
Sim, Perfumes de Paris traz isso: o amor, na sua forma mais simples – e também grandiosa! Falar de amor é matéria atemporal: será sempre um fenômeno de qualquer tempo ou sociedade. Todo mundo gosta de ser amado, de viver o encantamento e até os perigos da paixão; a vida fica mais leve!
Além da matéria principal da trama romântica, Perfumes de Paris mostra as circunstâncias de um período cultural de relevância, trazendo os dilemas sociais de um tempo. Evidencia, já naquela época, alguém que lutava por uma postura independente e por um pensamento livre, independentemente de gênero ou posição socioeconômica. Uma Charlotte sentimental, claro, mas também progressista, uma mulher com mentalidade de mundo, bem além de seu tempo. Uma jovem parisiense de família nobre que frequenta a noite dos desafortunados, faz amigos no Moulin Rouge e não segue regras. Uma cidadã de vanguarda, precursora numa competição de que só participavam homens... Uma habitué charmosa de cafés e teatros nos tempos efervescentes de uma Paris extasiante e iluminada! Tudo em nome da liberdade e da busca da autossatisfação. E pense o leitor que isso não era simples naquele contexto: uma mulher posicionar-se com sua profissão (Charlotte é perfumista) e ser capaz de contrariar a sociedade, não aceitando um casamento de interesses sociais, por exemplo. Solteira aos 27 anos, um absurdo para a época! Até que o amor chega, mas sem imposições: com verdade e inteireza, potencializando ainda mais a sua personalidade já tão vibrante.


Quanto à raiz do conflito, o enredo está entremeado de peripécias incomuns e envolve duas grandes proibições! Muitos desafios: buscas, medos, dificuldades a serem vencidas. Em Perfumes de Paris, outro personagem – além da própria narradora – também fala sobre isso, sobre essa força única que o sentimento maior dos humanos tem: O amor conta umas histórias que nenhum outro sentimento sabe narrar. São aventuras entremeadas de desejo, loucura, suavidade, ciúme, proibição, segredos, sofrimentos, prazeres, venenos e delícias...

Sim, assim é Perfumes de Paris: um romance que se propõe a uma redescoberta do sentimento amoroso, ao contar uma história de amor forte e envolvente, contextualizada numa das épocas mais fascinantes do panorama sociocultural mundial de que temos notícia: a Belle Époque francesa, no coração de Paris!